segunda-feira, 21 de março de 2011

O Chocolate e Sua História

"Alimento dos Deuses", Teobroma Cacao, a partir de theos (deus) e broma (bebida) , esse é o nome científico do cacaueiro, planta da qual é extraído  nosso amado Chocolate. A classificação da planta foi feita  pelo famoso botânico sueco Linnaeus no idos do século XVIII.
Colombo em sua última viagem ao Caribe, em 1502, foi presenteado pelos Astecas com alguma coisa parecida com amêndoas e que eles esparavam alguma coisa nobre como retribuição. Notando que o visitante não entendia o que estava acontecendo explicaram  que aqueles grãos poderiam preparar uma bebida muito especial, o tchocolatl (ou chocolatl).Colombo levou alguns grãos como curiosidade mas não deu importância ao tal produto.
Quando Hernán Cortêz chegou ao novo mundo, dezessete anos depois, o imperador Asteca Montezuma II pensou que era a reencardenação de Quetzalcoatl, o deus-rei Tolteca exilado, e que o retorno era previsto para o mesmo ano. O incidente facilitou as coisas para Cortêz; ele recebeu como presente uma plantação de cacau e logo reconheceu seu valor. Quando Montezuma notou o seu engano Cortêz já havia conquistado alguns nativos, tornou o imperador prisioneiro e em três anos deu-se a queda do império Asteca. 
Cortêz logo descobriu que o dinheiro realmente dava em árvores. O cacau era uma moeda, e forte. Era chamada de "amêndoas monetárias" pelo jesuíta Martyre de Angleria. Comprava-se escravos, animais, os serviços de uma prostituta e o que mais fosse com sementes de cacau.

Foto: http://revistagloborural.globo.com/Revista

Cortêz logo espalhou as plantações de cacau pelo Caribe. Os espanhóis fizeram lavouras no México, Equador, Venezuela, Peru, Jamaica e na ilha Hispaniola (atualmente Haiti e República Dominicana). Devido aos altos lucros os espanhóis fizeram de tudo para guardar o segredo do plantio e do processamento do cacau. Em 1580 surgiu a primeira fábrica de processamento de chocolate na Espanha, e assim foi conquistando os países europeus.
Os holandeses levaram a planta para suas colônias das Índias Orientais de Sumatra e Java e daí para as Filipinas, Nova Guiné, Samoa e Indonésia. Os franceses a levaram para a Martinica e juntamente com os portugueses a trouxeram para o Brasil. Os portugueses também levaram o cacau para a Ilha de São Tomé na costa africana e para o Oeste da África. Os britânicos tomaram dos portugueses Trinidad e assim começaram suas plantações de cacau levando-as também para as Índias Ocidentais.
A primeira Casa de Chocolate surgiu em Londres, por volta de 1657, que logo se tornaram populares e começaram a concorrer com as Casas de Café. 
Durante anos os fabricantes tentaram de todas as formas separar a gordura do chocolate, chamada de manteiga de cacau; não conseguiam e amenizavam adicionando amido à bebida. Depois de várias tentativas o químico holandês Coenraad Van Houten desenvolveu uma prensa hidráulica que extraia cerca de 50% da manteiga de cacau presente na "graxa" (pasta produzida após a moagem das sementes). O resultado era parecido com bolo crocante e refinado que então podia ser desintegrado até se tornar um pó fino. Van Houten foi além, beneficiou o pó com sais alcalinos para melhorar a facilidade com a qual ele poderia se misturar com a água. Van Houten chamava esse pó  de essência de cacau. Graças à sua persistência, Van Houten revolucionou a fabricação e a indústria do chocolate. Dez anos mais tarde ele vendeu seus direitos e tirou a patente da máquina que tornou-se genérica.
A partir daí um fabricante percebeu que a manteiga de cacau era muito boa para ser descartada. O que ele fez foi juntar à manteiga amêdoas torradas e moídas de cacau e adicionar açúcar. Essa combinação resultou em uma pasta fina e maleável de um sabor muito agradável. Não levou muito tempo para as pessoas descobrirem essa maravilha.
Os suíços inventaram os chocolate ao leite. Devido à sua  impecável  produção de leite eles o adicionaram à mistura do chocolate. Hoje há várias versões para o chocolate: ao leite, amargo, meio amargo, com nozes, avelã, frutas, licor, a criatividade é quem manda. Em cada país há uma forma diferente de apreciar o chocolate.
No começo o chocolate era um luxo, somente a corte e os muito ricos tinham acesso a ele. Também era usado como estimulante. Os clérigos o usavam para ficar acordados e assim poder meditar e estudar. Os generais o usavam como estimulante para os soldados. Para os astecas o chocolate era a bebida da sabedoria espiritual, de energia extraordinária e de potência sexual.
O Chocolate e o Amor - diziam que o chocolate tinha poderes afrodisíacos. Montezuma tomava uma taça de chocolate antes de ir para seu harém. Casanova o chamava de elixir do amor e o tomou no lugar da champanha. O Marquês de Sade em um jantar o serviu como sobremesa e até as mulheres mais sérias tiveram calorões descontrolados. Isso o levou a seduzir a própria cunhada. Por essas reações a igreja proibiu os padres de consumirem o chocolate.
Até hoje o chocolate é uma forma de presente sofisticada. Quando presenteamos com um chocolate de boa qualidade estamos tecendo laços com a outra pessoa.
O chocolate é um dos maiores tesouros já descobertos. Embora seja amado nos quatro cantos do planeta já foi e ainda é muito discutido seja por médicos, igrejas, cientistas, realeza e a população em geral.

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