quarta-feira, 23 de março de 2011

Chocolate Lindt

Como estamos na época da Páscoa não podemos deixar de falar do nosso amado CHOCOLATE. Minha intenção é falar de pelo menos uma marca, nacional ou importada, por semana.
Vou começar pela tradicional e deliciosa suíça Lindt.
A empresa nasceu em Zurique em 1845 quando David Sprüngli-Schwarz e seu filho Rudolf Sprüngli-Ammann abriram uma pequena confeitaria a Sprüngli & Son. Eles começaram a trabalhar com uma receita de chocolate italiana e assim foram aperfeiçoando a produção. A confeitaria tornou-se um sucesso e dois anos depois eles abriram um fábrica de chocolates em  Horgen.
Em 1892 Rudolf Sprüngli comprou a fábrica de Rodolfe Lindt, em Berna, e todo o processo desenvolvido por ele na fabricação do chocolate. Contam que Lindt era um homem muito distraído. Um dia saiu para caçar e deixou as máquinas de sua fábrica de mexer o chocolate ligadas por 3 dias e 3 noites. Quando voltou, seu esquecimendo havia produzido um chocolate liso e sedoso que depois de resfriado derretia na boca -  até então o chocolate tinha gosto um pouco azedo e uma textura muito arenosa e dura. Essa técnica, chamada de concheamento, revolucionou a fabricação do chocolate e fez com que o chocolote suíço passasse a ser considerado o melhor do mundo. Lindt também desenvolveu o chocolate para fondue.
Assim que adquiriu a fábrica de Lindt, Rudolf se aposentou e dividiu os negócios entre os dois filhos; David ficou com as duas confeitarias e Rudolf (como o pai) ficou com a fábrica.
Em 1905 abriram uma segunda fábrica em Berna e o sucesso não parou mais. Nos 20 anos seguintes os chocolates suíços ganharam o mundo, tanto que, em 1915, 3/4 da produção era exportada. A Lindt conseguiu superar as duas guerras mundiais. O período da segunda guerra foi ainda mais difícil por escassez de cacau e açúcar, mesmo assim conseguiram produzir sem interrupção. Com o fim da guerra as vendas de chocolate só aumentaram e a Lindt expandiu suas fábricas pela Europa.
Entre os produtos conhecidos no mundo todo, temos a linha LINDOR, pequenos bombons trufados, maravilhosos; a linha Petit Desserts, inspirados nas sobremesas européias como o tiramisu, créme brûlée e mousse au chocolat; Excellence, que traz as barras com 70%, 85% 90% e 99% de cacau, os sabores de orange intense, chili, sea salt e extra creamy e não  poderia faltar o Gold Bunny.

Em um dia de primavera o filho de um dos mestres chocolatiers da Lindt notou a presença de um coelho em seu jardim. O menino ficou feliz e assim que o animalzinho desapareceu começou a chorar. O pai comovido com a perda do filho fez um coelho de chocolate, cobriu com papel dourado e colocou um sininho, preso com uma fita vermelha, no pescoço para que a criança o encontrasse. Assim nasceu o Gold Bunny, uma dos produtos tradicionais da Lindt. 



Os chocolates Lindt podem ser encontrados em mais de 100 países e possuem 8 fábricas espalhadas pelo mundo. Só nos Estados Unidos são mais de 50 lojas próprias. Na Austrália e no Japão há as lojas com conceito "café ", conhecidas como Lindt Chocolat Cafe.
As confeitarias Sprüngli, em Zurique, continuam sendo um dos lugares mais famosos do mundo. Na sua loja de Bahnhosfstrasse é famosa pela mais fresca das trufas, as Truffes du Jour, capaz de arrancar suspiros até dos mais incrédulos.
O sucesso da Lindt não é por acaso e sim o resultado de muito trabalho, criatividade e pesquisa de seus mestres chocolatiers.
No Brasil encontramos muitos dos produtos da Lindt e ficamos ainda mais felizes por saber que a empresa tem maiores intenções no nosso país. E não esqueçam de visitar o site da Lindt http://www.lindt.com/ : dá água na boca só de olhar.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O Chocolate e Sua História

"Alimento dos Deuses", Teobroma Cacao, a partir de theos (deus) e broma (bebida) , esse é o nome científico do cacaueiro, planta da qual é extraído  nosso amado Chocolate. A classificação da planta foi feita  pelo famoso botânico sueco Linnaeus no idos do século XVIII.
Colombo em sua última viagem ao Caribe, em 1502, foi presenteado pelos Astecas com alguma coisa parecida com amêndoas e que eles esparavam alguma coisa nobre como retribuição. Notando que o visitante não entendia o que estava acontecendo explicaram  que aqueles grãos poderiam preparar uma bebida muito especial, o tchocolatl (ou chocolatl).Colombo levou alguns grãos como curiosidade mas não deu importância ao tal produto.
Quando Hernán Cortêz chegou ao novo mundo, dezessete anos depois, o imperador Asteca Montezuma II pensou que era a reencardenação de Quetzalcoatl, o deus-rei Tolteca exilado, e que o retorno era previsto para o mesmo ano. O incidente facilitou as coisas para Cortêz; ele recebeu como presente uma plantação de cacau e logo reconheceu seu valor. Quando Montezuma notou o seu engano Cortêz já havia conquistado alguns nativos, tornou o imperador prisioneiro e em três anos deu-se a queda do império Asteca. 
Cortêz logo descobriu que o dinheiro realmente dava em árvores. O cacau era uma moeda, e forte. Era chamada de "amêndoas monetárias" pelo jesuíta Martyre de Angleria. Comprava-se escravos, animais, os serviços de uma prostituta e o que mais fosse com sementes de cacau.

Foto: http://revistagloborural.globo.com/Revista

Cortêz logo espalhou as plantações de cacau pelo Caribe. Os espanhóis fizeram lavouras no México, Equador, Venezuela, Peru, Jamaica e na ilha Hispaniola (atualmente Haiti e República Dominicana). Devido aos altos lucros os espanhóis fizeram de tudo para guardar o segredo do plantio e do processamento do cacau. Em 1580 surgiu a primeira fábrica de processamento de chocolate na Espanha, e assim foi conquistando os países europeus.
Os holandeses levaram a planta para suas colônias das Índias Orientais de Sumatra e Java e daí para as Filipinas, Nova Guiné, Samoa e Indonésia. Os franceses a levaram para a Martinica e juntamente com os portugueses a trouxeram para o Brasil. Os portugueses também levaram o cacau para a Ilha de São Tomé na costa africana e para o Oeste da África. Os britânicos tomaram dos portugueses Trinidad e assim começaram suas plantações de cacau levando-as também para as Índias Ocidentais.
A primeira Casa de Chocolate surgiu em Londres, por volta de 1657, que logo se tornaram populares e começaram a concorrer com as Casas de Café. 
Durante anos os fabricantes tentaram de todas as formas separar a gordura do chocolate, chamada de manteiga de cacau; não conseguiam e amenizavam adicionando amido à bebida. Depois de várias tentativas o químico holandês Coenraad Van Houten desenvolveu uma prensa hidráulica que extraia cerca de 50% da manteiga de cacau presente na "graxa" (pasta produzida após a moagem das sementes). O resultado era parecido com bolo crocante e refinado que então podia ser desintegrado até se tornar um pó fino. Van Houten foi além, beneficiou o pó com sais alcalinos para melhorar a facilidade com a qual ele poderia se misturar com a água. Van Houten chamava esse pó  de essência de cacau. Graças à sua persistência, Van Houten revolucionou a fabricação e a indústria do chocolate. Dez anos mais tarde ele vendeu seus direitos e tirou a patente da máquina que tornou-se genérica.
A partir daí um fabricante percebeu que a manteiga de cacau era muito boa para ser descartada. O que ele fez foi juntar à manteiga amêdoas torradas e moídas de cacau e adicionar açúcar. Essa combinação resultou em uma pasta fina e maleável de um sabor muito agradável. Não levou muito tempo para as pessoas descobrirem essa maravilha.
Os suíços inventaram os chocolate ao leite. Devido à sua  impecável  produção de leite eles o adicionaram à mistura do chocolate. Hoje há várias versões para o chocolate: ao leite, amargo, meio amargo, com nozes, avelã, frutas, licor, a criatividade é quem manda. Em cada país há uma forma diferente de apreciar o chocolate.
No começo o chocolate era um luxo, somente a corte e os muito ricos tinham acesso a ele. Também era usado como estimulante. Os clérigos o usavam para ficar acordados e assim poder meditar e estudar. Os generais o usavam como estimulante para os soldados. Para os astecas o chocolate era a bebida da sabedoria espiritual, de energia extraordinária e de potência sexual.
O Chocolate e o Amor - diziam que o chocolate tinha poderes afrodisíacos. Montezuma tomava uma taça de chocolate antes de ir para seu harém. Casanova o chamava de elixir do amor e o tomou no lugar da champanha. O Marquês de Sade em um jantar o serviu como sobremesa e até as mulheres mais sérias tiveram calorões descontrolados. Isso o levou a seduzir a própria cunhada. Por essas reações a igreja proibiu os padres de consumirem o chocolate.
Até hoje o chocolate é uma forma de presente sofisticada. Quando presenteamos com um chocolate de boa qualidade estamos tecendo laços com a outra pessoa.
O chocolate é um dos maiores tesouros já descobertos. Embora seja amado nos quatro cantos do planeta já foi e ainda é muito discutido seja por médicos, igrejas, cientistas, realeza e a população em geral.

quarta-feira, 16 de março de 2011

"Minha Vida na França" e "Julie e Julia"


Um dos livros deliciosos que li em 2010 foi Minha Vida na França de Julia Child, Editora Seoman. É uma leitura muito gostosa e revigorante.
Descreve a vida na França de Julia Child e o marido Paul, americanos, de uma forma leve e sedutora. A cumplicidade do casal e o apoio que um dava ao outro nas suas profissões, servem de lições para os casais atuais. A descrição dos lugares e dos pratos levam a nossa mente a divagar e sentir os sabores. É muito bom conhecer a história de quem passou pela famosa escola de gastronomia Le Cordon Bleu, ainda mais nos idos de 1950 e, principalmente, sendo uma estrangeira.
Julia e duas amigas (Simone Beck e Louisette Bertholle) iniciaram a Escola das Três Gourmets (L´Ecole de Trois Gourmandes) com o desafio de ensinar a arte da cozinha francesa a americanos que viviam em Paris na época. Dessa união surgiu o primeiro livro de Julia," Dominando a Arte da Culinária Francesa", uma obra prima de 800 páginas.
Julia Child é uma das precurssoras dos programas culinários de TV mais dinâmicos. Devemos a ela ter aberto essa porta para as aulas de culinária televisiva ao vivo, mostrando como fazer pratos requintados de uma forma simples. Em todos os seus livros as receitas foram experimentadas por ela e sempre vinham acompanhadas de dicas. Entre os livros por ela publicados estão os clássicos Mastering the Art of French Cooking Volumes I e II, The French Chef Cookbook.



O filme Julie e Julia também foi outra saborosa diversão. Contando a história de Julia Child e Julie Powell, baseado nos livros Minha Vida na França e Julie e Julia, é muito divetido. Com a parcipação de Meryl Streep, Amy Adams e os encantadores Stanley Tucci e Chris Messina,  direção de Nora Ephron. Não li o livro de Julie Powell, porém o filme mostra como o livro Mastering the Art of French Cooking, deu um novo sentido à vida da autora. Não podemos deixar de citar a participação ilustre de nossas amadas panelas Le Creuset.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Melitta

Um marido implicante e uma esposa inteligente podem render bons frutos. Esse é o exemplo dos coadores de café Melitta.
Melitta Benz, uma dona de casa alemã, sempre recebia reclamações do marido sobre a variação do gosto do café. Ela começou a observar a maneira como fazia o café e chegou à conclusão que o coador de pano, com o passar do tempo e o desgaste, ficava cheio de resíduos e ia deixando o café com um sabor ruim. A senhora Melitta resolveu pegar uma caneca e fazer furos no fundo, em seguida, colocou uma folha de mata borrão do caderno do filho e passou o café. A experiência deu certo e ela foi testando com outros tipos de papel até que o café passasse com facilidade.
Em 20 de junho de 1908, Melitta Benz deu entrada no pedido de patente de sua criação. Na primeira feira que ela e o marido participaram, venderam 1.250 unidades do coador para café. Em 15 de dezembro do mesmo ano foi registrada a empresa M. Bentz em Dresden, Alemanha.


Em 1919 além dos coadores de alumínio a empresa também vendia os modelos em porcelana e cerâmica que eram produzidos por terceiros. No ano de 1920, para diferenciar das imitações, a Melitta começou a utilizar as cores vermelha e verde nas suas embalagens, as que conhecemos hoje.



Em 1936 houve uma evolução no corpo do coador que o tornou afunilado formando um V, e continua com este formato até hoje. Então foi desenvolvido o filtro de papel que utilizamos todos os dias para passar nosso tão amado café.

No Brasil a Melitta chegou somente em 1968, trazendo uma nova maneira de passar o café.  Até então, usava-se somente o coador de pano.
A empresa foi se modernizando com o tempo, lançando cafeteiras manuais, garrafas térmicas, cafeteiras elétricas. Foram desenvolvidas novas tecnologias para os coadores de papel. Como não poderia faltar eles também comercializam café em pó, solúvel, em sachês, descafeínado, cappucino e café com leite. Hoje têm uma linha de cafés das regiões brasileiras: Cerrado, Mogiana e Sul de Minas.
A Mellita é uma empresa que vem se reinventando com o passar dos anos nunca esquecendo o conceito de sustentabilidade e preocupação com o meio ambiente.
Como já dizia meu avô "a necessidade é a mãe da invenção". Ainda bem que sempre há pessoas criativas para nos proporcionar excelentes soluções.
Para saber mais sobre a Melitta basta acessar http://www.melitta.com.br/.