sábado, 27 de agosto de 2011

Veja Comer & Beber Curitiba 2011 e o Ile de France




No dia 25 de agosto foi a Premiação da Veja Comer e Beber Curitiba 2011-2012. Alguns indicados ainda não conheço por haver mudado de Curitiba a cerca de um ano.  
Algumas categorias não supreenderam, como os prêmios para o Durski e Madero que realmente foram merecidos, mas o que mais me emocionou foi o prêmio do Ile de France. Sempre foi um dos meus restaurantes favoritos, desde a infância. Não consigo esquecer o Steak au Poivre, simplesmente maravilhoso. Ao longo de todos esses anos cada vez que o como parece ser a primeira. O Ile de France é um restaurante tradicional, com cerca de 60 anos de história de alta gastronomia. Acredito que o casal Jean Paul Decock e Clara Chao ensinaram muito ao povo paranaense do que é requinte e classe em termos de comida, ambiente e atendimento.
Outro prêmio muito merecido é para o Cuore di Cacao - seus chocolates e sobremesas à base de chocolate são uma verdadeira experência gustativa.

 Ile de France - Praça Dezenove de Dezembro, 538 - Curitiba - Fone: (41) 3223-9962 
Cuore di Cacao - Rua Dr. Manoel Pedro, 673 , Cabral - Curitiba - Fone (41) 3014-4010

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dia do Miojo

Quem nunca recorreu ao Miojo na hora daquela fome voraz e muita preguiça?  O macarrão muito conhecido das crianças, adolescentes e jovens pouco práticos na cozinha, comemora 53 anos dia 25 de agosto.
Foto fonte: www.bluebus.com.br

O Nissin Lámen, nosso Miojo, surgiu em 25 de agosto de 1958 quando o taiwanês, naturalizado japonês Momofuku Ando descobriu uma forma de fazer macarrão em apenas 3 minutos. Desde então o macarrão ganhou o mundo. 
Foto fonte: www.bluebus.com.br

No Brasil ele começou a ser fabricado em 1965 em uma época que quase não se ouvia falar em comidas de preparo rápido, enlatadas ou congeladas.

Foto fonte: www.bluebus.com.br

Em comemoração aos seus 53 anos três restaurantes de São Paulo - Carlota, Capim Santo e Boa Bistrô - elaboraram receitas sofisticadas usando o Miojo. A chef Morena Leite, do Capim Santo servirá Miojo com lagosta salteada e raspas de limão cravo. Carla Pernambuco, do Carlota, combina com cogumelos, frango, legumes ou carne à milanesa.




segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Café as Artes e as Ciências

Não é de hoje que o café tem um lugar de grande destaque em nosso país, seja na economia, desenvolvimento, história e também nas artes.
A riqueza gerada pelo café nos trouxe reconhecimento internacional - no final do século XIX e início do século XX éramos o maior produtor e exportador do mundo -construção de ferrovias, estradas, cidades, os imigrantes italianos, uma nova aristocracia, os "Barões do Café", e o desenvolvimento cultural e artístico.
O café custeou e inspirou muitos artistas brasileiros. Um dos maiores exemplos é Cândido Portinari, filho de imigrantes itailianos e nascido em fazenda de café, no estado de São Paulo. Apesar  da origem humilde e sua pouca instrução, aos 15 anos seguiu para o Rio de Janeiro em busca de aperfeiçoamento em pintura. Depois de passar um tempo em Paris retorna ao Brasil e decide retratar o povo brasileiro em suas obras. Inspira-se no plantio, colheita e lavradores de café e em 1935 recebe menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburg, nos Estados Unidos, pela sua tela CAFÈ.


"Café" - Obra de Cândido Portinari

Tarsila do Amaral, filha de cafeicultores, era neta de José Estanislau do Amaral, conhecido como "o Milionário" devido a sua fortuna abrindo fazendas no Estado de São Paulo. Tarsila também era produtora de café. Nasceu na Fazenda São Bernardo, município de Capivari-SP, onde passou parte de sua infancia e juventude. Em sua famosa Fazenda Santa Teresa do Alto recebeu ilustres como Oswald de Andrade, Anita Mafatti, Monteiro Lobato, Júlio Prestes, Mário de Andrade, Washington Luís, Alfredo Volpi e também estrangeiros como Blaise Cendrars e Josephine Baker. No seu apartamento em Paris Tarsila promovia saraus e servia aos seus  ilustres convidados, como Jean Cocteau, Fernand Léger, Marie Laurencin, Souza Lima e Villa-Lobos, feijoada e produtos típicos do Brasil como cigarros de palha, cachaça e café produzidos em sua fazenda .

Abaporu - Tarsila do Amaral

Monteiro Lobato também era de família de cafeicultores, herdou o negócio do avô e abandonou a carreira de promotor. Pôde assim se dedicar a seus escritos e também começou uma editora. O Sítio do Pica Pau Amarelo tanto amado pelas crianças é uma obra inspirada na infância de Monteiro Lobato, principalmente o personagem Pedrinho.
Outro ilustre é nosso amado Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabira do Mato Dentro, no sul de Minas Gerais, também filho de fazendeiros. No caso dele havia mais do que uma pedra no meio do caminho, acredito que alguns grãos também.

Na área das ciências temos Carlos Chagas, médico sanitarista, filho de cafeicultores, nasceu em uma fazenda no município de Oliveiras, Mina Gerais. Com a morte precoce do pai, a mãe ficou a frente dos negócios. Carlos Chagas foi incentivado pelos tios a estudar e principalmente pelo tio Carlos, que era médico e fundador da casa de saúde de Oliveiras. Carlos Chagas foi pesquisador no Instituto Osvaldo Cruz e assumiu a direção após a morte de Osvaldo Cruz. Chagas foi um grande pesquisador da malária, descobridor da Doença de Chagas e um defensor da saúde pública.

Sem contar nosso fantástico Santos Dumont. Começou suas maravilhosas invenções na fazenda de café da família. Henrique Dumont, pai de Santos Dumont, conhecido como "rei do Café", era engenheiro. Quando comprou uma fazenda no Estado de São Paulo, plantou 500 mil pés de café. Construiu moradias para os funcionários, paióis para secar, beneficiar e estocar os grãos e, devido à grande extensão da propriedade construiu uma estrada de ferro de 96 km para percorrê-la e comprou 7 locomotivas. Santos Dumont conhecia todo o processo da produção do café, do plantio até o embarque em navios para a Europa. Foi nesta fazenda, lendo Júlio Verne, que ele começou seus experimentos com os balões.

Como podemos ver esse grão que também era chamado de "Ouro Verde" transformou nosso país. Sem ele, muitas cidades hoje importantes não existiriam, como é o caso da minha amada Londrina. E esse "Ouro Verde", que tantos desbravadores trouxe para o Paraná, entre eles meus avós, é a verdadeira razão do orgulho e do desenvolvimento desta nossa "Capital do Café".